O que é Fonoaudiologia?

"A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição."

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Férias: o que fazer???



Período de férias é para a criançada aproveitar, brincar bastante e descansar do período escolar. Mas o que fazer quando a criança está em terapia fonoaudiológica e os pais pretendem viajar? Acredito que para a maioria dos (as) fonos, isso seja um problema, pois a terapia fonoaudiológica não pode (ou não poderia) ser interrompida.
Mas como manter as atividades e o ritmo e evitar que tudo o que se conquistou com esforço se perca?

Primeira coisa é falar com a fono e ver uma maneira de manter o ritmo, mesmo que a criança esteja em férias, fora da cidade. Com certeza ela irá orientar direitinho o que fazer e até mesmo passar algumas atividades extras para que os pais continuem com o trabalho que vem sendo realizado.

Se a área que a criança está trabalhando for MO (motricidade orofacial), é bom que se dê continuidade nos exercícios. Se for voz, a mesma coisa. Se for linguagem, é importante que se mantenha a mesma linha de atividades, mas sempre se pode acrescentar algo mais. Incentivar leitura, jogos e brincadeiras é sempre bom.

Algumas brincadeiras e jogos podem ajudar a criança na aprendizagem e aprimoramento da linguagem oral e escrita. Aproveite as férias para unir tais atividades com diversão, isso tira um pouco a imagem de "terapia".

Na internet mesmo podemos encontrar coisas interessantes. Existem sites bacanas, como por exemplo o Máquina de quadrinhos, da Turma da Mônica, 
http://www.maquinadequadrinhos.com.br/Intro.aspx ), onde juntos poderão criar cenários, escolher personagens e criar as histórias, deixando a imaginação livre.

Outra atividade que pode ser feita é criar um diário de férias. Nas férias sempre acontecem coisas novas e diferentes, muitas vezes fora da rotina da criança. Aproveite para oferecer um diário para que ela possa escrever tudo o que vivencia nas férias. Deixe-a livre para desenhar, escrever, colar, tudo para não esquecer os momentos legais. Isso irá ajudar a exercitar a escrita, a leitura e a criação de texto.  

E as fotos? Férias sem fotos, não são férias. Por que não criar um álbum de fotos, onde a criança possa criar legendas e escrever textos relacionados a tais momentos? Além de ser uma doce lembrança de sua infância, ela poderá adquirir o hábito de escrever sobre sua vida.

Ofereça também livros, revistas. Muitas vezes os pais não podem viajar e as crianças ficam em casa. Oferecer-lhes livros é um bom meio de incentivar a leitura, trabalhar a linguagem e ajuda também a melhorar o vocabulário. Leve a criança a uma livraria e lhe ofereça opções de livros, deixe-a escolher à vontade e mostre que ler é algo que pode ser prazeroso.
Se tiver um tempinho, leve a criança a museus e bibliotecas. Pode ser um passeio interessante, com coisas novas e diferentes.

Aproveite as atividades rotineiras. Use, por exemplo, a ida ao supermercado para ensinar a criançada o valor do dinheiro e como realizar comprar. Peça ajuda para desenvolver a lista de mercado, ver o que falta comprar para a casa. No mercado, peça ajuda para procurar os produtos, ver os preços e comparar produtos. Seu filho irá se sentir o máximo!

Jogos também são muito bem vindos. Aproveite cada minuto das férias para incentivar seu filho ao aprendizado. Com certeza, a volta ao consultório da fono terá mais histórias para contar e o ritmo não terá diminuído tanto.

Até o próximo post, boas férias e aproveitem e muito!
Um beijo,

Fga. Thaís

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dia 9 de Dezembro: Dia do Fonoaudiólogo!

A data marca a promulgação da lei que regulamenta a profissão, mas também simboliza toda uma trajetória de lutas em defesa de um saber por vezes ainda incompreendido.
A profissão de fonoaudiólogo foi regulamentada por Lei promulgada em 9 de dezembro de 1981. Mas existem registros que dão conta de que ela já vinha sendo idealizada desde a década de 30. Como ciência, surgiu a partir da necessidade de se oferecer respostas a aspectos da comunicação que a medicina e a lingüística não eram suficientemente eficazes para solucionar. Também estava relacionada, em seus primórdios, à experiência acumulada por professores, que tinham dificuldade em lidar com as diferenças encontradas em sala de aula.

As primeiras iniciativas de atuação dos percussores em Fonoaudiologia ocorreram isoladamente, com o objetivo de corrigir defeitos da fala e voz. Os profissionais responsáveis em geral eram educadores que recebiam uma formação básica para atuarem como ortofonistas, sendo que a prática era desenvolvida de acordo com cada caso clínico (CORDEIRO et al, 2006).

O trabalho dos primeiros ortofonistas eram de definir um diagnóstico e determinar a patologia da fonética, marcando a pratica profissional centrada apenas na patologia.


Diante da multiplicidade racial e cultural expressa nos diferentes comportamentos, valores e falares da população, a Fonoaudiologia surgiu atrelada a um conjunto de instituições e agentes, para combater as diversidades lingüísticas, classificadas como sinal de anormalidade e patologia social que colocavam em risco o progresso do país.



De acordo com Meira (1998), o início da profissão de fonoaudiólogo em nível superior, foi dado com a vinda ao Brasil do doutor Júlio Bernaldo Quirós e de sua assistente Rosa Vispo e posteriormente com a ida de dois médicos brasileiros (Dr. Américo Morgante e Dr. Mauro Spinelli) à Argentina, onde se especializaram em “foniatria”. Ao voltarem para o Brasil, trabalharam em suas respectivas universidades de origem, nos cursos de graduação em “logopedia” para formar terapeutas que tratassem de indivíduos com problemas de voz, fala, linguagem e audição.

Na década de 60 começaram a surgir os primeiros cursos de Fonoaudiologia voltado para a reabilitação ou reeducação de distúrbios da comunicação e avaliação auditiva, numa visão idealizada de homem sadio e de linguagem correta (CORDEIRO et al, 2006). 


Nos anos de 1975 e 1979, as associações de fonoaudiologia lutaram para que a profissão fosse reconhecida. Em 1981 o deputado Otacílio de Almeida, unindo todos os projetos apresentados mas sem êxito, resultou finalmente na aprovação da profissão (MEIRA, 1998).No dia 9 de dezembro de 1981, foi homologada pelo presidente da república a profissão de fonoaudiólogo,reconhecida e regulamentada em todo o território nacional, pela Lei nº 6965 e este dia passou a ser o dia do fonoaudiólogo. (COSTA, 2001).


Parabéns a todos nós profissionais da Fonoaudiologia! 



A Fonoaudiologia chegou ao Brasil em meados da década de 1940, os fonoaudiólogos eram conhecidos como: logopedistas, terapeutas da palavra, terapeutas da fala, reeducadores, realfabetizadores, entre outros.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Hábitos orais na infância

    

         Trabalhando com a Dra. Jussara Esteves, minha grande amiga e grande odontopediatra, posso ver a cada dia que passa mais sorrisinhos com mordidas abertas no consultório. E isso é muito mais comum do que imaginamos. Atire a primeira pedra quem nunca chupou um bico, tomou mamadeira ou chupou o dedo. É praticamente sinônimo de bebê tais itens. Inclusive são os mais presenteados em chás de bebê.

         Mas será que todo mundo sabe quais os prós e contras do uso do bico e da mamadeira?

         O ato de sugar acompanha o bebê desde a vida no útero da mãe. É uma questão fisiológica, não tem jeito. O bebê precisa saber sugar para garantir sua sobrevivência. E isto o acompanha até aproximadamente os dois anos de vida, e permanecerá até de acordo com sua necessidade pessoal.
        No entanto, quando o bebê passa da fase de sucção e continua durante a fase de mastigação, assim como na fase dentária, podemos dizer que este hábito poderá causar interferência, ou porque não dizer, mudança no crescimento e desenvolvimento da face e dentição. E a partir deste momento, o hábito torna-se nocivo e deve ser eliminado o quanto antes.

       Com os hábitos viciosos modifica-se também a postura da língua, o que acaba causando alteração oclusal, deformação no palato duro (céu da boca) e interferência na erupção dentária, ou seja, nascimento dos primeiros dentinhos. E é importante que na chegada destes, que os hábitos viciosos, tais como sucção de dedo, chupeta, mamadeira, o hábito de roer unhas sejam abandonados. Também é importante o tratamento da Síndrome do Respirador Oral (SRO), onde a criança tem as vias aéreas respiratórias superiores (nariz) obstruídas, impedindo a respiração exclusiva pelo nariz, e respirando pela boca ou por ambos.

      Eliminar tais hábitos não é fácil e deve-se sempre observar com cuidado alguns fatores, como freqüência, intensidade e duração. Também é importante observar o estado emocional da criança, pois muitas vezes os hábitos podem surgir a partir do momento em que a criança precisa chamar a atenção para algo que ela julgue importante.
    Deve-se retirar tais hábitos com muito cuidado, pois poderá ter uma conotação negativa, podendo até originar um sentimento de culpa ou de inferioridade da criança, podendo até mesmo a levar a algum novo hábito.
    É importante, à medida que a criança cresce, lhe apresentar novas propostas, as quais sejam adequadas à sua idade, como o uso de copos e talheres.  

        Os hábitos viciosos podem causar problemas como:

  • Favorecimento da mordida aberta;
  • Favorecimento da mordida cruzada;
  • Empurrar os incisivos superiores para a frente (sorriso da Mônica);
  • Prejudicar a formação do palato duro (céu da boca);
  • Favorecer o encurtamento dos lábios;
  • Prejudicar o desenvolvimento da fala;
  • Prejudicar o desenvolvimento da musculatura da língua;

Como diminuir os efeitos causados pelos hábitos orais:

  • Dar preferência as chupetas e bicos de mamadeira ortodônticos;
  • Não deixar a chupeta pendurada na roupa ou em cordões, nem em fraldas, sempre à disposição da criança;
  • Sempre que a criança adormecer, retire a chupeta;
  • Se a criança chupa o dedo, quando ela estiver com ele na boca, atraia atenção para outras atividades que possam ocupar as mãozinhas;
  • Retire a mamadeira da criança quando já não houver mais líquido, evitando assim que ela continue sugando o bico da mamadeira;
  • Não aumente o furo do bico da mamadeira. Isto faz com ela não realize esforço algum, auxiliando assim na hipotonia da musculatura da língua;
  • Estimule o uso de copos, canudinhos e talheres;
  • Sempre que for falar, peça que a criança retire o bico da boca, dizendo que não consegue compreender o que ela diz.

      
Com estes cuidados você tornará a retirada de tais hábitos, os quais são nocivos sim, com menos dificuldade e de maneira menos traumática para a criança. E lembre-se, não repreenda-a. A criança foi induzida a ter estes hábitos, é cultural. Como diz a Dra. Gabriela Dorothy de Carvalho, a criança chora porque quer o carinho da mãe, e ganha um pedaço de borracha.
      Evitando oferecer tais hábitos, você estará livrando seu filho de problemas de fala e desenvolvimento da face. Seu filho terá um sorriso mais bonito, uma fala mais compreensível, uma mastigação correta e uma infância mais feliz.









Espero que tenham gostado. Até o próximo post...

Um beijo,

Fga. Thaís