O que é Fonoaudiologia?

"A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição."

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

As fonoaudiólogas, por Paulo SantAna...

Este texto foi publicado na coluna do Paulo SantAna, de Zero Hora, em maio de 2010. Não sei como não havia posto aqui no blog...Fico feliz que alguém tenha dedicado seu espaço a falar da Fonoaudiologia, contar sua experiência e ainda por cima, nos dar uma injeção de autoestima.

A Fga. Isabela Menegotto foi minha professora na faculdade e nossa, que professora! Uma profissional brilhante, inteligentíssima e super dedicada. Tenho o maior orgulho de ter sido sua aluna...Para quem não sabe, o aparelho auditivo, ou tecnicamente AASI (aparelho de amplificação sonora individual), deve ser colocado sempre por um(a) fonoaudiólogo(a), assim como a avaliação do seu nível de audição. É importante você saber disso, pois infelizmente acontecem casos de indicações de AASI sem nem o paciente saber como anda sua audição e, se constatado perda auditiva, qual o tipo de perda e qual o tipo de aparelho deve ser indicado, pois SIM, há diferença de próteses, as quais são indicadas para cada tipo de perda auditiva.

Obrigada querido SantAna, por esta homenagem!



As fonoaudiólogas

Estou passando por uma experiência excitante: a fonoaudióloga Isabela Menegotto, do Mãe de Deus Center, está adaptando à minha orelha esquerda um aparelho auditivo que está fazendo com que eu volte a ouvir todos os sons que já não me eram mais familiares, depois de tantas perdas auditivas ocasionadas por tumores e cirurgias.
Inicialmente, tive um choque de realidade: há muito tempo eu não escutava mais pela minha orelha esquerda, para me readaptar à audição total estou tendo pequenos embaraços, mas sinto-me num mundo maravilhoso de sonho ao recuperar os sons a que não estava mais acostumado.
Quanto som perdido! Quanta vida perdida. Agora estou aqui nesta sala onde escrevo ouvindo todos os sons que me cercam, aproveitando todas as palavras que os outros pronunciam, parece que ingressei num plano de realidade que me era há muito tempo desconhecido, sinto que minha vida pode se tornar agora muito mais útil e agradável.
Que bela invenção este aparelho auditivo.
*
Como diz outra fonoaudióloga, também Isabela, mas Gomes de sobrenome, é comum encontrar nas ruas pessoas usando óculos, mas não é isso o que acontece na deficiência auditiva. Apenas 40% das pessoas com perda auditiva reconhecem que ouvem mal.
A falta de informação e o preconceito fazem com que a maioria dos deficientes auditivos demore, em média seis meses, para tomar uma providência.
Ao sentir alguma dificuldade para ouvir, a pessoa deve consultar um especialista, que irá avaliar a causa, o tipo e grau da perda auditiva.
A partir do resultado dos testes, como o de audiometria, será indicado o tratamento mais adequado.
Muitas vezes o uso do aparelho auditivo resolve o problema.
*
Eu sempre pensei que houvesse demérito estético em usar aparelho auditivo. Mas atualmente existem aparelhos modernos, pequenos e quase imperceptíveis, como este que a Isabela Menegotto está testando na minha orelha.
Ao contrário do que pensei, este aparelho da minha orelha esquerda está me ajudando e, na marcha que vai, acabará solucionando o meu problema de forma esplêndida.
Por que não fazer uso dessa tecnologia e ouvir melhor, sentindo-se mais confiante para conversar com os familiares, amigos e colegas de trabalho?
O aparelho auditivo, dizem as fonoaudiólogas especializadas, contribui para melhorar a autoestima, proporcionando bem-estar, liberdade, alegria de viver e qualidade de vida.
*
Esse minúsculo aparelho que uso agora em minha orelha esquerda é discretíssimo. Mas ele está realizando o milagre de me trazer de volta para um mundo que não imaginava que iria assim redescobrir.
Eu mesmo posso, com toques sutis, regular o volume de som que quero ouvir, escolher se quero usá-lo, com um mínimo toque digital, para ouvir música, televisão ou para as relações normais.
Estou impressionado de que como pode caber tanta tecnologia num aparelhinho tão pequeno, ainda mais que vi a fotografia das trompas que Beethoven usava para ouvir e passei a me considerar um privilegiado ao conseguir recuperar o sentido da audição em uma das minhas duas orelhas sem qualquer agressão à minha aparência, como naquelas enormes geringonças ostensivas que o grande compositor alemão usava.
Como pode, por sinal, o maior gênio da música clássica universal ter sido surdo? Dá para entender?

Espero que tenham gostado, porque eu adorei!
Um beijo e até o próximo post...
Fga. Thaís Dutra


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ronco: você provavelmente conhece...



Certamente você já presenciou alguém roncando e certamente sentiu-se incomodado. E você ronca? A maioria das pessoas que roncam não sabem que roncam e muitas vezes são avisados e respondem com surpresa: eu?
Pois é, o ronco é muito mais comum do que se imagina. É muito comum em pessoas com mais idade, homens e pessoas acima do peso. Mas também é encontrado em crianças, por incrível que pareça.
Muitas vezes o ronco vem acompanhado da síndrome da apnéia do sono, a qual é uma obstrução das vias aéreas por durante alguns instantes durante a noite, devido a flacidez dos tecidos da garganta, impedindo assim a respiração por alguns segundos, várias vezes durante a noite. O ronco é a vibração dos tecidos da garganta quando o ar passa.
Geralmente encontramos tais sinais em homens a partir dos 30 anos e nas mulheres a partir da menopausa.

Os principais sintomas da apnéia do sono são o ronco e a sonolência diurna excessiva. O ronco é um também um fator de desagregação familiar, muitas vezes levando a pessoa que ronca a dormir em quarto separado, bem como torna a pessoa que ronca motivo de piadas entre companheiros de trabalho, de pescarias ou acampamentos, ou quando tem que dividir quarto de hotel, etc...

As causas do ronco são:

* Flacidez nos músculos da boca e da garganta;
* Amídalas e adenóides hipertrofiadas;
* Desvio do septo;
* Pólipos no nariz;
* Palato em forma de ogiva;
* Rinite, sinusite e obstruções nasais;
* Palato mole e úvula aumentados;
* Queixo retraído;
* Envelhecimento.
Funcionam como fatores de risco ou agravantes do problema:
* Pescoço mais grosso e mais curto;
* Obesidade;
* Ingestão de bebidas alcoólicas, pois a bebida ajuda no relaxamento do corpo;
* Uso de remédios para dormir ou de calmantes;
* Dormir em decúbito dorsal;
* Excessos alimentares antes de dormir;
* Refluxo gastroesofágico;
* Tabagismo.
O diagnóstico da apnéia pressupõe a participação de especialistas em diferentes áreas. A conduta inicial é levantar a história do paciente, ouvindo uma pessoa próxima, pois dificilmente quem sofre de apnéia tem consciência do que lhe acontece durante o sono. O exame físico criterioso feito a seguir e a polissonografia ajudam a fechar o diagnóstico.

Nos quadros mais leves de ronco e apnéia, controlar os fatores de risco e a posição de dormir pode ser uma forma eficaz de tratamento. Para obrigar-se a dormir de lado, uma boa estratégia é costurar um bolso nas costas de uma camiseta e colocar dentro dele uma bolinha de tênis.
Pode também ser útil usar, à noite, um retrator de língua, ou seja, uma prótese intraoral móvel, que ajude a manter a boca fechada e a projetar a língua um pouco para frente.
Para os casos graves, a melhor indicação é o CPAP nasal. Além de melhorar as crises de ronco, o uso do CPAP afasta o risco de problemas cardiovasculares e de hipertensão.
A indicação de cirurgia no tratamento do ronco e da apnéia do sono tem de ser muito bem avaliada.
* Roncar não é sinal de sono reparador. Se as pessoas próximas se queixam de que você ronca, leve-as a sério e procure ajuda médica;
* Fique atento: os roncadores podem ser tomados por crises de sono incontrolável durante o dia, o que certamente irá prejudicar seu desempenho no trabalho e torná-lo mais vulnerável a acidentes;
* Evite ingerir álcool e dê preferência a alimentos mais leves, especialmente antes de dormir;
* Recorra a artifícios que possam ajudá-lo a dormir de lado e não de barriga para cima;
* Mantenha seu peso em níveis ideais;
* Pratique exercícios físicos;
* Não fume.
Na dúvida procure um médico. Certamente o roncador e quem vive à sua volta terão melhor qualidade de vida.

Um beijo e até o próximo post,

Fga. Thaís Dutra

terça-feira, 5 de julho de 2011

AVC: Acidente vascular cerebral e a Afasia

Você sabe o que é AVC (Acidente vascular cerebral)? É o famoso “derrame”. Pois é, quem não conhece alguém que teve tal doença, como um avô, um tio ou um conhecido. E o que a fonoaudiologia tem a ver com o AVC? Muita coisa!
O AVC ocorre porque há o entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais, chamado como isquemia. Tal rompimento ou entupimento causa uma perda rápida da função neurológica, levando a paralisação ou dificuldade de movimentação dos membros do mesmo lado do corpo, dificuldade na fala ou articulação das palavras e déficit visual súbito de uma parte do campo visual. Pode ainda evoluir com coma e outros sinais.
Mas como chamamos este problema na fala, gerado pelo AVC? A Afasia é a alteração da linguagem expressiva e/ou receptiva do indivíduo em função de uma lesão cerebral (Casanova, 1977).
O afásico tem dificuldade na compreensão, formulação e expressão da linguagem. 
A Afasia é a perda ou redução do funcionamento da linguagem após um dano no cérebro. 

As principais causas da afasia são:
  •  Infarto cerebral: ocasionado pelo não suprimento de sangue numa determinada área do cérebro.
  •  Trombose: causada principalmente por arterosclerose e hipertensão, costuma ser rara em crianças.
  •  Aneurisma: um desenvolvimento defeituoso ou inflamação nos vasos cerebrais.
  • Tumores
  • Doenças infecciosas: como abcessos cerebrais e inflamação das meninges.
  •  Traumatismo craniano: são responsáveis pela maioria das afasias infantis.

Os principais tipos de afasia são:
  • Afasia de Broca ou motora: é a afasia mais comumente encontrada. Caracteriza-se por ser do tipo não fluente, sendo que a expressão oral pode está comprometida em diversos graus. A compreensão está preservada ou levemente comprometida, podendo o paciente apresentar dificuldade em compreender frases complexas, textos e elementos gramaticais. A escrita também pode evoluir na fase aguda com redução de agramatismo e paragrafia. A compreensão da escrita pode estar mais alterada que a compreensão oral.
  • Afasia de Wernicke ou Sensorial: é a afasia de compreensão mais grave definida por um conjunto de características bastante específicas. A compreensão oral encontra-se gravemente comprometida. A expressão é marcada por discurso fluente e abundante, fala rápida e jargonafásica (jargão) e pelo grande número de neologimos. O sujeito fala sem considerar o interlocutor. A compreensão gráfica pode esta tão comprometida quanto à compreensão oral ou um pouco melhor. Há possibilidade de redução da expressão gráfica, sendo que o ditado está sempre pior que a cópia.

  •          Afasia global: é a afasia mais grave, caracterizada por comprometimento severo da emissão oral e gráfica. Geralmente, o paciente apresenta mutismo na emissão oral ou ela está restrita a estereótipos e automatismos. Há supressão da emissão gráfica.

O tratamento para afasia será longo e deverá ser o mais freqüente possível. A terapia basear-se-á em exercícios que estimulem a linguagem oral e escrita. A atuação fonoaudiológica com pacientes que apresentam alterações de linguagem devido à Afasia visa o restabelecimento e melhora da comunicação para que ele possa se expressar e ser compreendido por todos. O tratamento fonoaudiológico deve ser iniciado preferencialmente logo após a ocorrência da lesão cerebral.

E o que leva ao AVC?
  •          Hipertensão arterial
  •          Doença cardíaca
  •          Fibrilação atrial
  •          Diabete
  •          Tabagismo
  •          Hiperlipidemia
  •          Outros fatores que podemos citar são: o uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças.

Mas e você sabe identificar um AVC?

É importante saber reconhecer os sintomas:
·         Dormência ou fraqueza súbita na face, braços ou pernas, especialmente se lateralizada
·         Confusão súbita, problemas de fala ou de compreensão
·         Dificuldade em enxergar com um ou ambos os olhos
·         Problemas súbitos de locomoção, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação motora
·         Dor de cabeça súbita ou severa, sem causa aparente
Descubra se os sintomas são novos. Qualquer destes sintomas podem ser causados por outras condições, mas o que faz com que sejam característicos de um AVC é que eles surgem subitamente. Por exemplo, uma pessoa pode ter um ferimento antigo que previne parte dos movimentos da boca, e neste caso este sintoma não é causado por um derrame.
Procure tratamento médico emergencial se qualquer um dos sintomas acima se apresentarem subitamente. Informe ao atendente que há razões para acreditar que a pessoa sofreu um AVC, e responda as perguntas. Quando a equipe de emergência chegar, informe-os de que a pessoa teve um AVC.
Não deixe que a pessoa coma ou beba até que tenha sido testada e tratada por pessoal médico qualificado. Mais de um terço das pessoas afetadas por um AVC tem problemas em engolir, o que pode levar a asfixia.
Qualquer pessoa pode ter um AVC, a qualquer momento. Não presuma que porque alguém é jovem e com boa forma física que ela não está tendo um AVC. Se identificar quaisquer dos sintomas acima, aja com rapidez, sem exceções.
Espero que tenham gostado...
Até o próximo post...

Fga. Thaís


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Você conhece a SRO (Síndrome do Respirador Oral)?


Você certamente já deve ter visto o desenho Scooby-Doo, não? 
Quem não conhece o Salsicha e seu jeito “esquisitinho”? Algumas teorias já foram levantadas do porque de suas características físicas, mas o que mais me vem à cabeça, tratando-se da aparência e características do Salsicha é a Síndrome do Respirador Oral.
Comecemos do início... A respiração é uma função vital ao organismo desenvolvida no primeiro minuto de vida, logo após o nascimento. O nariz é a única parte do corpo que é capaz de filtrar o ar e levá-lo quente e limpo aos pulmões.
A respiração está associada a funções normais de mastigação, deglutição, postura da língua e lábios, além de proporcionar ação muscular correta que estimula o adequado crescimento facial e o desenvolvimento ósseo.
Podemos ver S.R.B. (Síndrome do Respirador Bucal) chamada, geralmente pelos dentistas. No entanto, segundo pesquisa, a palavra bucal vem do latim, buco, bucalis, que quer dizer bochecha. Ou seja, oral é o termo mais adequado, pois oral que é relacionado à boca. Aprendi isso com a nossa querida Fga. Dra. Irene Marchezan...
A S.R.O. (Síndrome do respirador oral), apresenta-se em crianças que tiveram hábitos orais deletérios, tais como sucção de dedo e/ou chupeta, aleitamento materno não natural (mamadeira). Dependendo da intensidade em que foram usadas, deformam a arcada dentária e alteram todo o equilíbrio facial.
A criança que recebe o aleitamento materno natural (ao seio materno) e não por mamadeira, sobretudo nos primeiros meses de vida, tem maior possibilidade de ser um respirador predominantemente nasal durante a vida toda.
Falando das características do Respirador Oral, podemos ver no próprio Salsicha, alguns sinais...
  •         Boca aberta;
  •          Hipotonia da língua;
  •          Cianose Intraorbitária (olheiras);
  •          Apnéia noturna;
  •          Desenvolvimento anormal do tórax;
  •          Face alongada e entristecida;
  •          Lábios entreabertos e ressecados;
  •          Bochechas caídas;
  •          Flacidez da musculatura da face;
  •          Má oclusão dentária;
  •          Palato estreito e profundo.

Geralmente possuem preferência por alimentos pastosos, come de boca aberta, costuma babar no travesseiro quando dorme e apresenta alteração no comportamento, como sono agitado, irritabilidade, dificuldade de concentração, inquietação, ansiedade e impaciência. 

Pode também apresentar queda no rendimento escolar e baixa aptidão esportiva.
A respiração pela boca pode levar à protusão de cabeça (pescoço para frente), visando a manutenção da via respiratória pela necessidade de uma melhor respiração. Com isso, os ombros rodam internamente, deprimindo o tórax, o que leva a alterações no ritmo e na capacidade respiratória, pois o músculo diafragma trabalha numa posição mais baixa e de forma assincrônica, o que ocasiona respiração rápida e curta e diminuição da oxigenação.
Hipercifose torácica, escoliose, escápulas aladas, depressão submamária, abdome proeminente, assimetrias pélvicas, hiperextensão dos joelhos, arco plantar desabado e mãos para dentro, são sinais de que a criança ou adulto, não respiram bem, pois o corpo se ajusta para poder receber este ar que não consegue entrar de maneira natural.

Segundo pesquisas, a prevalência de crianças de 1° a 4° série com SRO, é de 56,8%.
É importante que se saiba que para tratar a SRO, é necessário uma equipe multidisciplinar, como ortodontista, médico alergista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico e psicólogo.
É importante frisar também que muitas vezes a criança que tem alergias respiratórias, apresentam SRO. Não se alimentam direito por não conseguirem manter a boca fechada para poder mastigar, comendo muito rápido ou muito devagar. A criança apresenta aversão a abraços, pois de certa forma é claustrofóbica. 
Apresenta sobrepeso ou é magro demais. Não costuma praticar exercícios físicos, pois não apresentam resistência respiratória.
Não costuma focar a atenção, pois quase todas as noites são mal dormidas, como ter um bom rendimento na escola?  Apresenta impulsividade e hiperatividade, pois todo ser vivo apresenta tais sinais quando exposto à sufocação. Cansa-se facilmente.

Se você conhece alguém que se enquadre a alguma destas características ou a todas, comente sobre a Síndrome do Respirador Oral. É importante saber que a criança que tem tal síndrome não é desleixada, preguiçosa e burra, como algumas pessoas gostam de rotular. Ela apenas não tem uma qualidade de vida, e certamente está pedindo socorro. 

Incentive o aleitamento materno sempre e pense antes de oferece um bico ou mamadeira

 
“Sem respiração não há vida e sem amamentação não há vida de boa qualidade.”
 Dra. Gabriela Dorothy de Carvalho

Um beijo e até o próximo post...

Fga. Thaís Dutra

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Piercing: jóia ou vilão?


O uso de piercing tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens. O que parece apenas exercício de vaidade, pode se tornar um sério problema de saúde.

A falta de controle sobre quem insere o piercing tem causado inúmeros casos de infecções graves. A colocação do piercing está longe de ser um procedimento sem riscos. Pesquisas mostram que até 15% das pessoas que colocam piercing apresentam algum tipo de complicação e 1% precisam de internação hospitalar.

Além do risco de infecção, por acúmulo de bactérias na região afetada, um furo que talvez não cicatrize mais e risco de sérias doenças, o piercing pode ser um agravante na fala, mastigação e porque não, uma porta aberta para doenças orais.

O piercing é geralmente de metal ou silicone e é colocado além de orelhas e outras partes do corpo, na língua, lábios e frênulos lingual e labial. Na língua, causa interferência direta na articulação da fala. Literaturas cientificas mostram as conseqüências negativas do uso do piercing, no entanto, ainda falta informações aos usuários. Geralmente a simples retirada já é suficiente para que a alteração na fala desapareça.

Segundo a literatura científica, o piercing pode causar:
  • Colonização de Candida Albicans;
  • Concentração alta de íons, agente altamente tóxico;
  • O piercing funciona como um grande receptor de bactérias periodontopatogênicas;
  • Pode causar infecção, inflamação e lesões prémalignas;
  • Em 9 semanas de uso, o piercing lingual causa necrose, infiltrado inflamatório crônico da região central para a totalidade da língua;
  • Como agente causador de cicatriz, fratura dental, reações alérgicas ao metal, vetor de transmissão de hepatite, tétano, tuberculose, endocardite bacteriana; 
O piercing também causa hábito parafuncional. É comum vermos pessoas que possuem piercing na língua e lábios, com o hábito de ficar mexendo ou tentando morder. Isto, além de fazer uma força “exagerada” e cacoete, traz também alterações na fala, pois não deixa de ser um corpo estranho que interfere na musculatura da língua e seus movimentos para a execução correta das palavras. 

Retomando, o piercing é sim um agente causador de doenças, e doenças sérias, como hepatite, cândida , tétano, tuberculose, entre outras. Além de interferir na articulação da fala.

Portanto, pense muito bem antes de colocar um piercing. Veja se o local é limpo e higienizado, o profissional é competente e capacitado, além de oferecer um material seguro. O melhor é não colocar, mas se isso for inevitável, procure fazer da maneira mais correta possível.

Um beijo, e até a próxima...

Fga. Thaís

terça-feira, 17 de maio de 2011

Teste da Orelhinha...

Teste da Orelhinha: simples e essencial ao bebê

Um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento completo da criança é a audição. O bebê já escuta desde bem pequeno, antes mesmo de ser erguido pelo doutor em sua apresentação ao mundo. Isso acontece a partir do quinto mês de gestação, onde o bebê ouve os sons do corpo da mamãe e sua voz.
É através da audição e da experiência que as crianças têm com os sons ainda na barriga da mãe que se inicia o desenvolvimento da linguagem. Qualquer perda na capacidade auditiva, mesmo que pequena, impede a criança de receber adequadamente as informações sonoras que são essenciais para a aquisição da linguagem.

Bom, depois dessas informações fica mais fácil saber a importância do Teste da Orelhinha, ou Triagem Auditiva Neonatal, que é realizado já no segundo ou terceiro dia de vida do bebê, pelo fonoaudiólogo(a). Ao contrário do nome parecido com o teste do pezinho, no Teste da Orelhinha não é preciso fazer um furinho na orelha do bebê (ainda bem).
Esse exame consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê que emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê produz.

O exame logo ao nascer é imprescindível para todos os bebês, principalmente àqueles que nascem com algum tipo de problema auditivo. Estudos indicam que um bebê que tenha um diagnóstico e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte.
O grande problema é que a maioria dos diagnósticos de perda auditiva em crianças acontece muito tardiamente, com três ou quatro anos, quando o prejuízo no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e de linguagem da criança está seriamente comprometido.

Fácil, rápido e sem dor - Recado para as mamães: o Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca, não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem contra-indicações e dura em torno de 10 minutos. Viu que fácil.
Há os chamados bebês de risco para a surdez. São os casos em que já existe um histórico de surdez na família, intervenção em UTI por mais de 48 horas, infecção congênita (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovirus e herpes), anormalidades craniofaciais (má formação de pavilhão auricular, fissura lábio palatina), fez uso de medicamentos ototóxicos, entre outros. Se o Teste da Orelhinha já e importante para uma criança sem problemas, imagine para essas crianças.
Mas todos os bebês devem fazer o Teste. Em bebês normais, a surdez varia de 1 a 3 crianças em cada 1.000 nascimentos, já em bebês de UTI Neonatal, varia de 2 a 6 em cada 1.000 recém-nascidos. A avaliação Auditiva Neonatal limitada aos bebês de risco é capaz de identificar apenas 50% dos bebês com perda auditiva.
A deficiência auditiva é a doença mais freqüente encontrada no período neonatal quando comparada a outras patologias. Só como exemplo, o Teste do Pezinho aponta uma criança em cada 10 mil nascimentos, muito menos que o da Orelhinha.
Portanto, o Teste da Orelhinha é algo fundamental ao bebê, já que os problemas auditivos afetam a qualidade de vida da criança, interferindo no processo da fala, entre muitas outras coisas.
É como uma bola de neve: a criança cresce e tem dificuldade em ouvir ou se expressar e, com isso, sente mais dificuldade em se socializar. Isolada por não ter fácil acesso ao grupo de amiguinhos, ela pode apresentar depressão. E por aí vai.
Para que isso não aconteça, procure o pediatra, um médico otorrinolaringologista ou uma fonoaudióloga quando houver alguma suspeita de perda auditiva no seu filho.

O teste é obrigatório por lei?
Sim. Desde o dia 2 de agosto de 2010 o exame é obrigatório e gratuito.

Dicas
0 a 6 meses
O bebê se assusta, chora ou acorda com sons intensos e repentinos. Reconhece a voz materna e procura a origem dos sons.
6 a 12 meses
Localiza prontamente os sons de seu interesse e reage a sons suaves. O balbucio se intensifica e reconhece seu nome quando chamado.
12 a 30 meses
Vai do início da primeira palavra (papai) até o uso de sentenças simples (dá bola). Lógico que ainda é cedo, mas nunca incentive o filho a falar errado só porque soa bonitinho. Se ela diz que o papai chegou de "calo", corrija naturalmente dizendo que ele chegou de carro. O estímulo à pronúncia correta é fundamental no aprendizado.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Rouquidão infantil: fique atento!



Quem nunca ficou rouco, por gritar demais ou usar a voz de maneira errada?
Pois é, a rouquidão não é um problema que acomete exclusivamente os adultos, profissionais da voz, professores e cantores. A rouquidão é um dos sintomas da disfonia (alteração da voz), e acredite, ela afeta e muito as crianças.
Os alvos mais freqüentes da rouquidão são as crianças entre 5 e 10 anos. Podemos relacionar a rouquidão infantil a ampliação do círculo de relacionamento ao entrar na escola, sendo o uso da voz mais solicitado. A proporção da disfonia infantil é de 3 meninos para 1 menina.
Mas por que os meninos são maioria nesta estatística? Não existe uma comprovação científica para isso, mas esse fato se deve provavelmente por uma exigência social de um comportamento mais agressivo dos meninos e pelo fato de serem maioria em esportes que exigem um esforço maior da voz, como futebol e caratê.
Lembre-se do goleiro de um time que berra para ser ouvido pelo atacante do seu time do outro lado do campo. Já o atacante não perderá a oportunidade de gritar sempre que marca um gol. Outro exemplo: o menino que quer ser o líder da turma e que costuma sentar-se estrategicamente no fundo da sala de aula, ou melhor, na turma do “fundão”. Haja voz para comandar a classe lá de trás.


Os nódulos vocais são a causa mais comum da rouquidão em crianças, representando 70% dos casos. Esses nódulos aparecem pelo esforço das pregas vocais que ficam na laringe (uma das partes internas do pescoço).
Para respirarmos, os músculos das pregas vocais ficam separados para o ar fluir do nariz para os pulmões e voltar. Quando falamos, esses músculos se encostam para vibrarem e produzirem o som (voz). Caso essa junção e vibração sejam muito intensas, a prega vocal se irritará e formará o que chamamos de nódulo vocal, antigamente conhecido como calo vocal.


Características - A grande parte das crianças com disfonia já instalada são muito agitadas, falam bastante, gritam o tempo todo e não conseguem controlar sua intensidade vocal. O ambiente familiar também pode ajudar no abuso vocal da criança. Os pais são os modelos da criança e se estes discutem numa intensidade de voz alta, gritam ou falam alto em casa, as crianças seguem.
Outra causa da rouquidão são as alergias como bronquite, infecções na garganta ou aquelas que fazem a criança tossir e pigarrear. Esses fatores também exigem demais das pregas vocais, fazendo com que a criança não use a voz de forma adequada.


Atenção! Como as crianças não têm noção da importância dos cuidados com a voz (elas querem é brincar), o envolvimento dos pais e outros membros da família é fundamental para que hábitos saudáveis para a voz sejam estabelecidos.
A criança deve tomar alguns cuidados para que a rouquidão seja evitada. Não imitar vozes com esforço, não pigarrar e/ou tossir excessivamente, beber muitos líquidos, não tomar muita bebida gelada e/ou sorvetes, assim como alimentos muito quentes, evitar ficar exposto à poeira/mofo e não tomar leite e seus derivados como iogurte e chocolate antes de atividades que exijam o uso intenso da voz.


Antes de atividades que exijam o uso da voz é bom comer uma maçã que, além de hidratar, faz com que as pregas vocais fiquem mais leves e não precisem de tanto esforço para vibrarem.
A voz é a reflexão física do pensamento, possui uma característica individual e única do ser humano: a personalidade. Por isso, qualquer rouquidão que dure mais do que 15 dias deve ser avaliada por um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo.


Dicas
Ofereça ao seu filho pelo menos dois litros de água por dia. Isso ajuda a hidratar e limpar as pregas vocais. Comer maçã também ajuda na hidratação.
Ajude a criança a conhecer melhor a sua voz e a importância que tem na expressão dos seus sentimentos.
Lembre-se que o modelo do seu filho é você. A criança é como uma esponja: absorve tudo o que os pais apresentarem no seu caminho. Portanto, se você gritar sempre, ele também gritará. Em contrapartida, se você fizer um bom uso da voz, ele também fará.


Espero que tenham gostado...


Só pra lembrar: dia 16 de abril é o Dia Mundial da Voz. Cuide bem da sua!

Beijo,
Fga. Thaís