O que é Fonoaudiologia?

"A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição."

terça-feira, 5 de julho de 2011

AVC: Acidente vascular cerebral e a Afasia

Você sabe o que é AVC (Acidente vascular cerebral)? É o famoso “derrame”. Pois é, quem não conhece alguém que teve tal doença, como um avô, um tio ou um conhecido. E o que a fonoaudiologia tem a ver com o AVC? Muita coisa!
O AVC ocorre porque há o entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais, chamado como isquemia. Tal rompimento ou entupimento causa uma perda rápida da função neurológica, levando a paralisação ou dificuldade de movimentação dos membros do mesmo lado do corpo, dificuldade na fala ou articulação das palavras e déficit visual súbito de uma parte do campo visual. Pode ainda evoluir com coma e outros sinais.
Mas como chamamos este problema na fala, gerado pelo AVC? A Afasia é a alteração da linguagem expressiva e/ou receptiva do indivíduo em função de uma lesão cerebral (Casanova, 1977).
O afásico tem dificuldade na compreensão, formulação e expressão da linguagem. 
A Afasia é a perda ou redução do funcionamento da linguagem após um dano no cérebro. 

As principais causas da afasia são:
  •  Infarto cerebral: ocasionado pelo não suprimento de sangue numa determinada área do cérebro.
  •  Trombose: causada principalmente por arterosclerose e hipertensão, costuma ser rara em crianças.
  •  Aneurisma: um desenvolvimento defeituoso ou inflamação nos vasos cerebrais.
  • Tumores
  • Doenças infecciosas: como abcessos cerebrais e inflamação das meninges.
  •  Traumatismo craniano: são responsáveis pela maioria das afasias infantis.

Os principais tipos de afasia são:
  • Afasia de Broca ou motora: é a afasia mais comumente encontrada. Caracteriza-se por ser do tipo não fluente, sendo que a expressão oral pode está comprometida em diversos graus. A compreensão está preservada ou levemente comprometida, podendo o paciente apresentar dificuldade em compreender frases complexas, textos e elementos gramaticais. A escrita também pode evoluir na fase aguda com redução de agramatismo e paragrafia. A compreensão da escrita pode estar mais alterada que a compreensão oral.
  • Afasia de Wernicke ou Sensorial: é a afasia de compreensão mais grave definida por um conjunto de características bastante específicas. A compreensão oral encontra-se gravemente comprometida. A expressão é marcada por discurso fluente e abundante, fala rápida e jargonafásica (jargão) e pelo grande número de neologimos. O sujeito fala sem considerar o interlocutor. A compreensão gráfica pode esta tão comprometida quanto à compreensão oral ou um pouco melhor. Há possibilidade de redução da expressão gráfica, sendo que o ditado está sempre pior que a cópia.

  •          Afasia global: é a afasia mais grave, caracterizada por comprometimento severo da emissão oral e gráfica. Geralmente, o paciente apresenta mutismo na emissão oral ou ela está restrita a estereótipos e automatismos. Há supressão da emissão gráfica.

O tratamento para afasia será longo e deverá ser o mais freqüente possível. A terapia basear-se-á em exercícios que estimulem a linguagem oral e escrita. A atuação fonoaudiológica com pacientes que apresentam alterações de linguagem devido à Afasia visa o restabelecimento e melhora da comunicação para que ele possa se expressar e ser compreendido por todos. O tratamento fonoaudiológico deve ser iniciado preferencialmente logo após a ocorrência da lesão cerebral.

E o que leva ao AVC?
  •          Hipertensão arterial
  •          Doença cardíaca
  •          Fibrilação atrial
  •          Diabete
  •          Tabagismo
  •          Hiperlipidemia
  •          Outros fatores que podemos citar são: o uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças.

Mas e você sabe identificar um AVC?

É importante saber reconhecer os sintomas:
·         Dormência ou fraqueza súbita na face, braços ou pernas, especialmente se lateralizada
·         Confusão súbita, problemas de fala ou de compreensão
·         Dificuldade em enxergar com um ou ambos os olhos
·         Problemas súbitos de locomoção, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação motora
·         Dor de cabeça súbita ou severa, sem causa aparente
Descubra se os sintomas são novos. Qualquer destes sintomas podem ser causados por outras condições, mas o que faz com que sejam característicos de um AVC é que eles surgem subitamente. Por exemplo, uma pessoa pode ter um ferimento antigo que previne parte dos movimentos da boca, e neste caso este sintoma não é causado por um derrame.
Procure tratamento médico emergencial se qualquer um dos sintomas acima se apresentarem subitamente. Informe ao atendente que há razões para acreditar que a pessoa sofreu um AVC, e responda as perguntas. Quando a equipe de emergência chegar, informe-os de que a pessoa teve um AVC.
Não deixe que a pessoa coma ou beba até que tenha sido testada e tratada por pessoal médico qualificado. Mais de um terço das pessoas afetadas por um AVC tem problemas em engolir, o que pode levar a asfixia.
Qualquer pessoa pode ter um AVC, a qualquer momento. Não presuma que porque alguém é jovem e com boa forma física que ela não está tendo um AVC. Se identificar quaisquer dos sintomas acima, aja com rapidez, sem exceções.
Espero que tenham gostado...
Até o próximo post...

Fga. Thaís


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Você conhece a SRO (Síndrome do Respirador Oral)?


Você certamente já deve ter visto o desenho Scooby-Doo, não? 
Quem não conhece o Salsicha e seu jeito “esquisitinho”? Algumas teorias já foram levantadas do porque de suas características físicas, mas o que mais me vem à cabeça, tratando-se da aparência e características do Salsicha é a Síndrome do Respirador Oral.
Comecemos do início... A respiração é uma função vital ao organismo desenvolvida no primeiro minuto de vida, logo após o nascimento. O nariz é a única parte do corpo que é capaz de filtrar o ar e levá-lo quente e limpo aos pulmões.
A respiração está associada a funções normais de mastigação, deglutição, postura da língua e lábios, além de proporcionar ação muscular correta que estimula o adequado crescimento facial e o desenvolvimento ósseo.
Podemos ver S.R.B. (Síndrome do Respirador Bucal) chamada, geralmente pelos dentistas. No entanto, segundo pesquisa, a palavra bucal vem do latim, buco, bucalis, que quer dizer bochecha. Ou seja, oral é o termo mais adequado, pois oral que é relacionado à boca. Aprendi isso com a nossa querida Fga. Dra. Irene Marchezan...
A S.R.O. (Síndrome do respirador oral), apresenta-se em crianças que tiveram hábitos orais deletérios, tais como sucção de dedo e/ou chupeta, aleitamento materno não natural (mamadeira). Dependendo da intensidade em que foram usadas, deformam a arcada dentária e alteram todo o equilíbrio facial.
A criança que recebe o aleitamento materno natural (ao seio materno) e não por mamadeira, sobretudo nos primeiros meses de vida, tem maior possibilidade de ser um respirador predominantemente nasal durante a vida toda.
Falando das características do Respirador Oral, podemos ver no próprio Salsicha, alguns sinais...
  •         Boca aberta;
  •          Hipotonia da língua;
  •          Cianose Intraorbitária (olheiras);
  •          Apnéia noturna;
  •          Desenvolvimento anormal do tórax;
  •          Face alongada e entristecida;
  •          Lábios entreabertos e ressecados;
  •          Bochechas caídas;
  •          Flacidez da musculatura da face;
  •          Má oclusão dentária;
  •          Palato estreito e profundo.

Geralmente possuem preferência por alimentos pastosos, come de boca aberta, costuma babar no travesseiro quando dorme e apresenta alteração no comportamento, como sono agitado, irritabilidade, dificuldade de concentração, inquietação, ansiedade e impaciência. 

Pode também apresentar queda no rendimento escolar e baixa aptidão esportiva.
A respiração pela boca pode levar à protusão de cabeça (pescoço para frente), visando a manutenção da via respiratória pela necessidade de uma melhor respiração. Com isso, os ombros rodam internamente, deprimindo o tórax, o que leva a alterações no ritmo e na capacidade respiratória, pois o músculo diafragma trabalha numa posição mais baixa e de forma assincrônica, o que ocasiona respiração rápida e curta e diminuição da oxigenação.
Hipercifose torácica, escoliose, escápulas aladas, depressão submamária, abdome proeminente, assimetrias pélvicas, hiperextensão dos joelhos, arco plantar desabado e mãos para dentro, são sinais de que a criança ou adulto, não respiram bem, pois o corpo se ajusta para poder receber este ar que não consegue entrar de maneira natural.

Segundo pesquisas, a prevalência de crianças de 1° a 4° série com SRO, é de 56,8%.
É importante que se saiba que para tratar a SRO, é necessário uma equipe multidisciplinar, como ortodontista, médico alergista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico e psicólogo.
É importante frisar também que muitas vezes a criança que tem alergias respiratórias, apresentam SRO. Não se alimentam direito por não conseguirem manter a boca fechada para poder mastigar, comendo muito rápido ou muito devagar. A criança apresenta aversão a abraços, pois de certa forma é claustrofóbica. 
Apresenta sobrepeso ou é magro demais. Não costuma praticar exercícios físicos, pois não apresentam resistência respiratória.
Não costuma focar a atenção, pois quase todas as noites são mal dormidas, como ter um bom rendimento na escola?  Apresenta impulsividade e hiperatividade, pois todo ser vivo apresenta tais sinais quando exposto à sufocação. Cansa-se facilmente.

Se você conhece alguém que se enquadre a alguma destas características ou a todas, comente sobre a Síndrome do Respirador Oral. É importante saber que a criança que tem tal síndrome não é desleixada, preguiçosa e burra, como algumas pessoas gostam de rotular. Ela apenas não tem uma qualidade de vida, e certamente está pedindo socorro. 

Incentive o aleitamento materno sempre e pense antes de oferece um bico ou mamadeira

 
“Sem respiração não há vida e sem amamentação não há vida de boa qualidade.”
 Dra. Gabriela Dorothy de Carvalho

Um beijo e até o próximo post...

Fga. Thaís Dutra